Título da dissertação: Perspectivas sobre as vivências na educação infantil durante/pós pandemia da covid-19: o que dizem as crianças
Orientadora: Profa. Dra. Ana Paula Braz Maletta
Banca examinadora: Silvia Helena Vieira Cruz (UFC) e Patrícia Gonçalves Nery (UEMG)
Resumo:
A presente dissertação de mestrado teve como principal objetivo compreender as perspectivas das crianças de 5 e 6 anos sobre as vivências propostas pelas instituições de Educação Infantil (EI), no contexto da Covid-19, no munícipio de Divinópolis, Minas Gerais (MG). A base teórica utilizada pautou-se nos conceitos de vivência e experiência a partir dos Estudos Benjaminianos (1970, 1984), além de trazer as contribuições da Sociologia da Infância para se pensar as concepções de criança e infância(s): Sarmento (1997, 2008, 2009), Qvortrup (2010), Corsaro (2011) e Abramowicz (2011, 2018) e estudos sobre a participação infantil em pesquisas com crianças: Cruz (2008, 2015), Kramer (2005; 2008). Este estudo foi desenvolvido no contexto pandêmico da Covid-19 e por isso, a realidade vivenciada, as implicações sociais, políticas e econômicas são relevantes e discutidas. Tratou-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, de cunho interpretativo, que adota um conjunto de estratégias e ferramentas metodológicas que visam dar conta da complexidade desta investigação que considera as crianças sujeitos participantes, cujas vozes foram ouvidas. Neste sentido, utilizou-se dos seguintes procedimentos mitológicos: revisão bibliográfica, entrevistas-conversas, histórias para completar e desenho comentado. Para a análise dos dados, foi feita uma aproximação com a Técnica de Análise de Conteúdo (AC) proposta por Bardin (2012), que teve por finalidade uma leitura crítica aprofundada dos dados e, através da descrição e interpretação dos materiais, possibilitou uma reflexão das respostas das crianças com o aporte teórico. Através das respostas das crianças, pode-se refletir e analisar que elas possuem conhecimentos científicos sobre a pandemia da Covid-19 e sobre as implicações físicas e mentais causadas por ela. Durante o período de distanciamento social, as crianças demonstraram sentir falta da escola, espaço que elas têm como espaço de brincadeiras e socialização. As crianças não gostaram durante esse período de realizar atividades em casa, como escrever, fazer tarefas e vídeos em excesso, mas, gostaram de realizar experiências, que, para elas possuam significados, como brincadeiras ao ar livre, histórias, danças, teatro. Ao retomar para a escola no período pós distanciamento social as crianças disseram sobre a falta dos espaços, brinquedos, professora, colegas e animais da escola. As crianças demonstraram que as vivências e experiências no período de distanciamento social que fizeram sentido à elas foram com que possuem relação direta com as brincadeiras, com o seu corpo e com a natureza. Escutar as crianças e valorizar sua participação, destacando suas opiniões, sentimentos e anseios frente as vivências propostas pelas instituições de EI durante a crise sanitária acarretada pela Covid-19, considerando, também, a realidade social das crianças, no contexto atual, tendo em vista a retomada das atividades presenciais nas instituições de EI, evidenciam a relevância desta investigação.